Programa Regional do Centro defende construção da barragem de Girabolhos e conclusão do IC6

O Programa Regional de Ordenamento do Território (PROT) do Centro, que está em consulta pública, aponta para a conclusão do IC6 e para a construção da barragem de Girabolhos como projetos estratégicos a serem reivindicados junto do Governo.
O documento, que está em consulta pública até 11 de abril em participa.pt, define as grandes linhas de orientação estratégica para o desenvolvimento da região Centro até 2030, estabelecendo também um programa de execução para responder a desafios identificados.
Nesse documento são elencados dois projetos estratégicos para o desenvolvimento e coesão da região Centro, cuja concretização está dependente do Governo, sendo defendida a construção das barragens de Girabolhos (Mondego) e Alvito (Ocreza, afluente do Tejo), canceladas em 2016, e a conclusão do Itinerário Complementar 6 (IC6), no troço entre Oliveira do Hospital – Seia – Covilhã.
Segundo o PROT do Centro, a construção da Barragem de Girabolhos, servindo concelhos do distrito da Guarda e de Viseu, e a do Alvito (Castelo Branco), são justificadas quer pela necessidade de reservas de água num contexto de alterações climáticas, como pelo impacto que estes investimentos teriam na minimização de riscos de cheia.
Girabolhos, no concelho de Seia, através da construção de uma conduta, “com apenas 10 km”, permitiria também assegurar o abastecimento de água a populações da região de Viseu, servidas por Fagilde, e reduziria o risco de cheias em Coimbra e no Baixo Mondego.
A construção desta ‘Reserva Estratégica de Água’ poderá servir também para produzir energia elétrica, reforçar as condições para o desenvolvimento do turismo e a prática de atividades de recreio e lazer e “constituir uma fonte privilegiada de alimentação das aeronaves de combate a incêndios, reduzindo muito as distâncias a percorrer pelos meios aéreos, dada a sua centralidade relativamente a zonas muito vulneráveis”.
Já a conclusão do IC6, no troço entre Tábua e Covilhã, o PROT considera-o importante para a conectividade da região porque permite uma ligação transversal entre o Litoral e o Interior.
Para garantir uma ligação eficiente do IC6 ao sistema viário da região, o PROT reivindica ainda a execução das ligações previstas no PRN2000, com traçados e perfis adequados à realidade atual, com destaque para o IC37 no troço Seia – Nelas e o prolongamento do IC12 entre Canas de Senhorim (Nelas) e Mangualde/A25.
Ainda na mobilidade, é defendida a construção da autoestrada entre Coimbra e Viseu e uma linha ferroviária que ligue Aveiro, Viseu, Guarda e Vilar Formoso, cruzando com a futura linha de alta velocidade (LAV).
O documento salienta também que poderá ser justificada uma rede regional de aeródromos, com base nas infraestruturas já existentes, entre elas a de Seia, para valências específicas como o combate aos fogos florestais, voos charter ou carreiras low cost para destinos turísticos especiais, entre outras.
Além destes projetos dependentes da vontade do Governo, são apontados vários projetos-piloto para a região Centro, em que está envolvida a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro (CCDRC).
Nestes, estão incluídos, entre outros, um centro para atração e integração de empresas e imigrantes em Arganil e no Fundão, um centro de competências na microeletrónica (Aveiro e Ílhavo) e um centro para desenvolvimento de processadores (Covilhã e Fundão).
Além destas iniciativas, há ainda uma terceira categoria cuja execução dos projetos cabe a municípios, comunidades intermunicipais e outras entidades.
Nesta vertente, o PROT prevê um projeto de aldeias criativas em Dornelas do Zêzere (Pampilhosa da Serra) e outro na Sortelha (Sabugal), um projeto para o desenvolvimento do setor cinematográfico e audiovisual entre Coimbra e Figueira da Foz, e a criação de uma rede de logística mais eficiente na região Centro, entre outros.
O documento, com cerca de 300 páginas, aponta também para desafios transversais da região, como a demografia, as alterações climáticas e a economia do conhecimento.
Nas opções estratégicas, o PROT defende a promoção das “atividades económicas do futuro”, melhoria dos níveis de acesso à habitação, o ordenamento das zonas costeiras, a promoção de sistemas de transportes sustentáveis, diminuição do consumo de energia, entre outras.