Transumância da Serra da Estrela pode vir a ser Património Cultural
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A transumância da Serra da Estrela como Património Cultural está em processo de consulta pública. Esta prática ancestral, que ainda se mantém em Seia e Gouveia, é uma das mais antigas da Europa rural.

A inscrição da transumância da Serra da Estrela no Inventário Nacional do Património Cultural Imaterial está em consulta pública durante 30 dias, de acordo com o despacho publicado recentemente no Diário da República.

A abertura do processo de consulta pública do projeto de decisão de inscrição desta manifestação tradicional ligada à pastorícia foi determinada pelo presidente do Conselho Diretivo do Património Cultural, João Soalheiro, em 21 de fevereiro.

De acordo com o despacho publicado, os elementos constantes do processo encontram-se disponíveis para consulta no site do Património Cultural ou presencialmente no arquivo da Divisão de Cadastro, Inventário e Classificação, no Palácio Nacional da Ajuda, em Lisboa.

“As observações em sede da presente consulta pública devem ser enviadas para o ‘email’ inpci@patrimoniocultural.gov.pt ou, em alternativa, por correio registado, ao Património Cultural”.

A decisão sobre o pedido de inventariação ocorrerá 120 dias após o período de consulta pública.

A transumância é uma das maiores deslocações sazonais de ovinos e ocorre todos os anos no início do verão, quando os rebanhos, acompanhados pelos pastores, rumam aos pastos em altitude da Serra da Estrela e ali permanecem durante os meses de estio.

Trata-se de uma prática ancestral que ainda se mantém, nomeadamente nos concelhos de Seia e Gouveia, do distrito da Guarda, e que acompanha “as alterações naturais, sociais e culturais das paisagens envolventes”, lê-se na fundamentação da candidatura.

“Seia é o principal foco: há uns sete grupos transumantes ativos que reúnem aproximadamente 20 pastores para quase quatro mil animais. Em Gouveia, há dois grupos ativos que reúnem cerca de seis pastores e mais de mil animais”, é referido.

A transumância “está pautada por quatro momentos principais: as romarias, a subida, a estada na serra e a descida. As romarias são celebrações religiosas de bênção do gado que marcam o início do ciclo da transumância. A subida é o momento de partida de pastores e rebanhos transumantes para o alto da serra. Ela pode durar até dois dias de caminhada e alcançar 40 quilómetros. O percurso se faz principalmente por veredas e canadas”, destaca o documento.

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