Seia aumenta orçamento para 37 milhões de euros em 2025
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Documento, que foi aprovado com votos contra da oposição, é 27,50 por cento mais elevado do que o do corrente ano.

A Câmara Municipal de Seia aprovou o orçamento para 2025, que ultrapassa os 37 milhões de euros, mais oito milhões que o deste ano, que o presidente afirmou estar virado “para a ação”, enquanto a oposição o considera com “falta de visão”.

Segundo o presidente da câmara senense, o socialista Luciano Ribeiro, os três “grandes objetivos” do orçamento são a requalificação da Escola Secundária de Seia e do quartel da GNR e os investimentos em algumas vias rodoviárias. Aproveita para referir que no documento está refletido “o trabalho e a apresentação física do sofrimento e da luta que tivemos para conquistar alguns destes objetivos”.

O documento foi aprovado com quatro votos favoráveis dos eleitos do PS e três votos contra da oposição, os vereadores do PSD e do Movimento Juntos pela Nossa Terra (JPNT).

Luís Caetano começou por apontar as “incoerências” e a “falta de visão” do documento. “Ficamos perplexos quando estamos a discutir o último orçamento do mandato e só falarmos do Centro de Saúde, denotando que não aconteceu mais nada”, afirmou o vereador do PSD.

Na sua intervenção, o líder da oposição acusa o executivo socialista de estar “a navegar à vista”, quando se “está à espera de um generoso saldo de gerência e a perspetiva da aprovação dos projetos” a que a câmara se candidatou.

“Este não é de facto o orçamento que estávamos à espera”, declarou, para com ironia referir que pela primeira vez “não se fala em ‘Nova Energia’”, não sabendo se esta “se apagou”. Aproveitou para sublinhar que “este concelho precisa de energia”.

Já Rodrigo Amaro, do JPNT, destacou o aumento da despesa de capital, mas critica o facto de continuar a existir “menos investimento no setor primário, com 1,7 por cento do orçamento, em detrimento com a cultura, que já ultrapassa um milhão de euros”.

Tal como referido pelo PSD, para Rodrigo Amaro “o turismo deve ser mais dinamizado”, com uma maior aposta na promoção de eventos.

O presidente da Câmara Municipal, Luciano Ribeiro, não esconde que “se trata de um orçamento no limite, que será marcado por uma grande pressão financeira, em que mais uma vez a autarquia se substitui ao Estado central, suprindo as suas ausências de atuação em domínios que são da sua competência”.

Refere ainda o autarca que o orçamento, “embora orientado pelos princípios de rigor, transparência e equilíbrio”, não plasma “com exatidão aquilo que vai acontecer em matéria de investimento”, esperando que com as candidaturas já apresentadas e a introdução do saldo de gerência de 2024, “será possível reforçar o financiamento de vários projetos”.

Nessas opções estão incluídos os projetos da Estratégia Local de Habitação, investimentos na rede viária, de que são exemplo as estradas entre Santa Marinha e Pinhanços; Lapa de Tourais e Lages; e Santa Eulália e o limite do concelho de Oliveira do Hospital.

É ainda intenção da autarquia avançar com a reabilitação de diversos arruamentos de utilização intensiva, como a Avenida 1º de Maio, em São Romão, a Rua da Liberdade, em Seia, ou o troço entre a Escola Superior de Turismo e Hotelaria e a Escola Dr. Abranches Ferrão, na Arrifana.

Na reunião de câmara, Luciano Ribeiro destacou ainda outros investimentos, que não estão inscritos no orçamento mas que se encontram contratualizados com a CIM Beiras e Serra da Estrela, no montante de 9,5 milhões de euros. São eles, o Parque Verde Urbano, entre o CISE e o Parque Municipal, e o Parque Verde da Quinta da Nogueira, que inclui a construção de uma nova piscina recreativa.

Apesar de classificar o orçamento de “pouco eleitoralista”, Luciano Ribeiro pretende lançar a discussão junto da comunidade para “priorizar” intervenções, nomeadamente a requalificação do Pavilhão Gimnodesportivo, que poderá ser adaptado num pequeno multiusos, ou então demolir e ampliar o Parque Municipal. Em discussão vai estar também a alteração do Anfiteatro, que para ter cobertura reduz a lotação, a transformação urbana do pavilhão do União Desportiva de Seia, e mesmo o espaço da antiga FISEL.

Respondendo à oposição, Luciano Ribeiro refere que “se trata de um orçamento humanista e virado para a as pessoas, em que responde aos problemas com ação e sem carpir mágoas, consolidando as abordagens concretizadas e lançando novas respostas às necessidades das famílias e do tecido económico, sem descurar o apoio social da comunidade em sentido amplo”.

O orçamento e as Grandes Opções do Plano para 2025 vão agora ser discutidas e votadas na próxima segunda-feira, dia 16 de dezembro, na Assembleia Municipal, onde os socialistas também têm maioria.

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