Louça de Barro de Paranhos da Beira e Carvalhal da Louça obtém registo de produção tradicional
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A Comissão Consultiva para a Certificação de Produções Artesanais Tradicionais deu parecer positivo ao pedido de registo da produção tradicional da Louça de Barro de Paranhos da Beira e Carvalhal da Louça, segundo um aviso publicado em Diário da República.

“Torna-se público que o Rancho Folclórico de Paranhos da Beira apresentou o pedido de registo da produção tradicional ‘Louça de Barro de Paranhos da Beira e Carvalhal da Louça’ no Registo Nacional de Produções Artesanais Tradicionais Certificadas, tendo o mesmo merecido o parecer positivo da Comissão Consultiva para a Certificação de Produções Artesanais Tradicionais”, lê-se no aviso.

A publicação acrescenta que “qualquer pessoa, singular ou coletiva, detentora de legitimidade para o efeito, pode opor-se ao registo, no prazo de 20 dias, mediante a apresentação de exposição devidamente fundamentada junto do IEFP”.

De acordo com a documentação anexa ao pedido de registo, a olaria de Paranhos da Beira e Carvalhal da Louça, no concelho de Seia, “distingue-se dos restantes centros oleiros nacionais, principalmente, a partir das tipologias de peças produzidas, de forma análoga, ao longo de, pelo menos, cem anos, conforme os exemplos expostos no Centro Museológico de Paranhos da Beira”.

Para garantir a preservação da identidade da louça de barro de Paranhos da Beira e Carvalhal da Louça, apostando na “inovação” e no “modo de produção” do produto, segundo o pedido de registo de certificação, “apenas poderão ser admitidas peças que incorporem inovação se as mesmas forem evoluções de formas tradicionais que não desvirtuem, precisamente, as tipologias da olaria tradicional de Paranhos da Beira e Carvalhal da Louça e sempre dentro do registo de uma produção essencialmente utilitária”. Outra característica que tem de estar sempre presente nas peças inovadoras “é a coloração tradicional das peças, fator de diferenciação desta produção face a outras congéneres”, lê-se na publicação.

Para diminuir a penosidade do trabalho e melhorar a rentabilidade em ordem à viabilização desta atividade, que “é de encorajar”, o Rancho Folclórico com o processo de certificação aposta na utilização de rodas elétricas, fornos elétricos, fieiras, entre outros equipamentos de uso semelhante. “Em todo o caso, a conformação das peças deve continuar a ser feita exclusivamente à roda, dado que a tipologia tradicional das peças (revolutivas) assim o determina”, destaca o documento.

Refira-se que em 2017 o Rancho Folclórico de Paranhos da Beira empenhou-se na criação do Centro Museológico de Paranhos da Beira, um espaço que possibilita a exposição e a preservação do espólio material e documental sistematizado. O Centro partiu da reabilitação de uma escola primária desativada que, para além das áreas de exposição, integra a “Oficina do Oleiro”, laboratório de experimentação das técnicas de olaria artesanal e modelação do barro que tem possibilitado a formação dirigida a grupos de iniciação dinamizada pelos dois oleiros em atividade.

📸 R.F. Paranhos da Beira

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