Cedência de Escola de Santa Marinha não gera consenso

A cedência da Escola Primária de Santa Marinha à Fundação Aurora Borges, que obriga a Banda Filarmónica local a deslocar-se para São Martinho, não teve consenso no executivo da Câmara Municipal de Seia.
Os contratos de comodato com a Fundação Aurora Ressurreição Coelho Borges, a Sociedade Musical Estrela da Beira e a Associação Juvenil de São Martinho obtiveram dois votos contra do PSD, a abstenção do movimento JPNT e quatro votos a favor da maioria socialista.
Luís Caetano justifica o chumbo com “as expectativas” que a Banda teria para o espaço, estando até a “elaborar uma candidatura para a criação de um anfiteatro”.
O líder da bancada social-democrata entende que a Filarmónica não deveria ceder o edifício à Fundação Aurora Borges. “Se é a Fundação Aurora Borges que vai entrar em obras, teria que ser esta a sujeitar-se e ir para outro lado”, salientou.
O presidente da Câmara Municipal referiu que anterior executivo tinha “emprestado” o edifício da Escola Primária à Banda, durante o período de Covid-19, “para terem mais espaço”, mas “nunca foi assinado nenhum contrato” de cedência.
Luciano Ribeiro considera “legítimo” a Banda ficar na posse do edifício para desenvolver a sua atividade, mas alega que os dirigentes “sempre souberam que havia um compromisso anterior”, de ceder a Escola à Fundação Aurora Borges para instalar a Creche, enquanto decorressem as obras que aquela IPSS vai realizar.
“Em algum momento lhes criei ilusão, sempre lhes disse que haveria de chegar o dia, para não gastarem lá dinheiro porque a Escola não estava cedida, e sempre lhes disse que, depois de a Fundação fazer as obras, a Câmara poderia avaliar a cedência em regime de comodato daquelas instalações à Banda”, sublinhou.
Luciano Ribeiro destaca o trabalho das duas instituições e reconhece que a decisão “não agrada a todos”, e por isso “é uma chatice” quando se “cumpre a palavra”. Disse ainda que se houve expetativas eram falsas, porque nunca as alimentou.
Refira-se que a Fundação Aurora Borges vai proceder a obras de alteração do seu edifício, necessitando de um espaço para desenvolver a sua atividade, em particular das valências de creche e jardim-de-infância.
Também a Sociedade Musical Estrela da Beira e a Associação Juvenil de São Martinho necessitam de um espaço para a prossecução da sua atividade. Nesse sentido, vão ocupar o edifício da antiga Escola Primária de São Martinho, constituído por dois pisos, ficando um para casa Associação.
Os contratos de comodato, que define as obrigações e os deveres de cada uma das partes, têm a duração de dois anos.