Serra do Açor reflorestada com 1,1 milhão de árvores
O projeto Floresta da Serra do Açor no município de Arganil, distrito de Coimbra, iniciado em 2020, deverá atingir até ao final do ano 1,1 milhão de árvores plantadas, anunciou a autarquia.
Até ao momento, foram plantadas 800 mil árvores, maioritariamente autóctones e com grande resistência ao fogo, no final deste ano essa quantidade aumentará para 1,1 milhão e até ao final de 2025 terão sido plantadas 1 milhão e 800 mil árvores, em aproximadamente 1.500 hectares.
Uma nova campanha de plantações está em marcha, com as ações a decorrerem até final de fevereiro, sendo retomadas a partir de novembro, prevendo-se a plantação de cerca de 500 mil árvores de diferentes espécies, numa área total de 427 hectares.
O presidente da Câmara Municipal de Arganil tem vindo a acompanhar de perto os trabalhos, mantendo-se atualizado sobre as atividades em curso e o plano de ação para os próximos 12 meses. “É um privilégio poder acompanhar os progressos deste projeto que está a transformar e a dar uma nova vida à paisagem que em 2017 ficou reduzida a cinza”, realçou Luís Paulo Costa.
O projeto vai permitir revitalizar uma área de 2.500 hectares (25 km2), constituída sobretudo por terrenos baldios percorridos pelo grande e devastador incêndio de 2017 e por fogos florestais anteriores.
Cerca de 85% dos terrenos intervencionados serão de povoamento misto, com a convivência no terreno de pinheiro-bravo com espécies autóctones, como o carvalho negral, o castanheiro ou o sobreiro, numa fase inicial, preparando a sua conversão em povoamentos puros das espécies folhosas.
Os remanescentes 15% de povoamentos puros serão de castanheiro, medronheiro, carvalho-negral, carvalho-alvarinho, pseudotsuga e bétula.
Os cerca de 1.000 hectares restantes destinam-se a faixas de gestão de combustível para proteção de infraestruturas e apoio ao combate a incêndios, estradas e galerias ripícolas.
A reflorestação em curso implica também a manutenção dos povoamentos instalados e de regeneração natural ao longo das próximas décadas, até 2060, conforme previsto no Plano de Gestão Florestal da Floresta da Serra do Açor.
“É um projeto completamente diferente do que conheço em Portugal, sendo diferenciador porque introduz espécies resistentes aos incêndios e com capacidade de autorregeneração”, salientou o presidente da Câmara de Arganil.
Para Luís Paulo Costa, este é o projeto “mais bonito que está a acontecer no país, que vai trazer vida à floresta, colocar espécies autóctones onde estavam antigamente e contribuir para o sequestro de grandes quantidades de carbono”, baseado num “modelo inovador” de gestão florestal adaptado àquele território.
O projeto Floresta da Serra do Açor, financiado em cinco milhões de euros pelo grupo Jerónimo Martins, envolve as Assembleias de Compartes do concelho, proprietários de terrenos baldios, o município de Arganil e a Escola Superior Agrária de Coimbra.
