Linha da Beira Alta vai continuar sem comboios até Agosto

CP abre concurso para transporte rodoviário por interrupção da circulação ferroviária, em virtude da modernização da linha da Beira Alta.
Um concurso público internacional no valor de 3,35 milhões de euros para a prestação de serviços de transporte rodoviário de substituição na linha da Beira Alta, que está encerrada para obras, foi publicado em Diário da República.
O concurso, lançado pela CP – Comboios de Portugal, visa a “prestação de serviços de transporte rodoviário de substituição nos troços Coimbra/Guarda/Coimbra, Mangualde/Coimbra/Mangualde e Guarda/Vilar Formoso/Guarda, por interrupção da circulação ferroviária, em virtude da modernização da linha da Beira Alta”.
O procedimento tem um prazo de execução de oito meses, após a adjudicação que, de acordo com os prazos do concurso, só deverá ocorrer no final do ano.
A linha da Beira Alta está em obras desde 2019, sendo que em abril de 2022 a Infraestruturas de Portugal (IP) encerrou o troço entre Pampilhosa e Guarda para poder levar a cabo as obras sem circulação de comboios.
Esta interdição devia ter durado apenas nove meses, para reabrir a linha em janeiro de 2023. No entanto, em outubro de 2022 a IP adiou a reabertura mais de seis meses (devido aos efeitos da pandemia e da guerra na Ucrânia) para julho. No final do ano passado, novo adiamento e o avanço de uma nova data para o fim das obras de modernização da linha da Beira Alta, entre Pampilhosa e Vilar Formoso (202 quilómetros), 12 de novembro, que afinal também não vai ser respeitada, face ao novo concurso de transporte rodoviário de substituição.
Em setembro, as autarquias da Guarda e de Nelas exigiram explicações sobre as notícias de mais um adiamento da reabertura da linha ferroviária. (Nelas e Guarda protestam contra atraso na reabertura da Linha da Beira Alta – Seia Digital ) O executivo municipal de Nelas, no distrito de Viseu, aprovou por unanimidade uma moção manifestando “preocupação” e pedindo esclarecimentos sobre os atrasos, enquanto a Assembleia Municipal da Guarda, também por unanimidade, aprovou um voto de protesto contra o atraso da reabertura da Linha da Beira Alta e reclamou medidas imediatas para acelerar o processo de conclusão das obras.