Nelas e Guarda protestam contra atraso na reabertura da Linha da Beira Alta

A Câmara de Nelas aprovou, por unanimidade na última reunião, uma moção em que o executivo mostra preocupação sobre os atrasos na empreitada de modernização da Linha da Beira Alta.
Também a Assembleia Municipal da Guarda aprovou por unanimidade um voto de protesto contra o atraso da reabertura da Linha da Beira Alta e reclamou medidas imediatas para acelerar o processo de conclusão das obras.

A Câmara de Nelas mostra “profunda preocupação” com a atual situação da empreitada, que deveria estar concluída em janeiro de 2023, depois adiada para julho e mais tarde para novembro próximo. A autarquia quer que o Governo diga se há uma nova data prevista para a conclusão dos trabalhos, que ao contrário do que tinha avançado publicamente em maio passado o ministro das Infraestruturas, João Galamba, não vão terminar em novembro.
Na moção, é referido que a indefinição em relação à conclusão das obras de requalificação da Linha da Beira Alta “suscita apreensão elevada” pela repercussão que o atraso está a ter na “vida das populações” e no “forte impacto na economia local e na mobilidade dos cidadãos”.
O documento lembra ainda que a requalificação e modernização da Linha da Beira Alta “é um anseio antigo da região e do país, e em particular do concelho de Nelas, por se constituir como via estruturante de extrema relevância para o desenvolvimento económico e social deste território”.
Esse corredor é importante, acrescenta o município, “quer pela sua ligação umbilical intrínseca ao crescimento e desenvolvimento do concelho, em particular no alavancar da malha empresarial e do tecido produtivo, gerando emprego, valor e fixando empresas e populações, bem como na forte relação da afirmação e crescimento do comércio local e do setor do turismo”.
A linha também permite “uma mobilidade ambientalmente mais sustentável e mais favorável economicamente de pessoas e bens, com ligação direta a todo o país e à Europa, constituindo-se como eixo estruturante para a fixação das populações, qualidade de vida e criação de valor”.
Além da nova data para a conclusão das obras na linha, a Câmara de Nelas também quer “esclarecimentos urgentes” sobre outras obras no concelho, nomeadamente a conclusão do tabuleiro da ponte Nelas-Seia; a requalificação do edifício das estações de Nelas e de Canas de Senhorim-Felgueira; o apeadeiro da Lapa do Lobo; e de vários acessos relacionados com a requalificação do corredor ferroviário.
Na Guarda, numa iniciativa apresentada pela deputada do CDS/PP, Cláudia Guedes, a Assembleia Municipal apelou “à intervenção urgente para resolver a situação” e que a Linha da Beira Alta seja “reaberta o mais depressa possível, de modo a restabelecer a normalidade nas atividades económicas”.
A Assembleia expressou “profunda preocupação e descontentamento em relação ao atraso significativo” na reabertura da Linha. No texto, salienta-se que “a região não pode continuar a suportar os custos deste atraso” e pede-se para que sejam fornecidas informações claras sobre a nova data de reabertura.
É realçado que a Linha desempenha “um papel crucial na região” e defende-se que o atraso na reabertura da via-férrea “tem causado prejuízos significativos para as empresas locais”. Os deputados lembraram ainda que a suspensão prolongada daquele serviço afeta a mobilidade das pessoas, “tornando as suas vidas mais difíceis e dispendiosas”.