O Valor do Voto


Empresário. Trabalhador na área da segurança e formação profissional. ex Sargento dos Comandos. Licenciado em Turismo e pós-graduação em Segurança. Líder da distrital da Guarda do Chega
Começo esta minha participação no Seia Digital, agradecendo o Vosso convite.
O meu primeiro texto será curto. É a minha visão sobre a avaliação dos políticos das autarquias, porque muitas vezes se confunde a função de escrutínio minucioso aos vencedores das eleições, com a de vencido, por se ser de um partido diferente, como é o meu caso.
Vemos no Sufrágio (também conhecido como Voto) um direito consagrado em Democracia, fruto do qual se escolhe o Executivo Municipal, porquanto um determinado Partido ou Movimento, obteve nas Urnas mais votos que os demais. Em Seia, por exemplo, de 1976 a 2021, o PS foi o único Partido a concorrer em todas as eleições Autárquicas. Ao longo destes anos todos, tivemos uma corrida em que, na maioria das vezes, apenas três partidos apresentavam os seus candidatos. Das treze eleições autárquicas até hoje, apenas perderam uma, mas com o mesmo Presidente (J. Correia em 1985 ganhou pelo PS e em 1989 pelo PSD).
Primeira conclusão: – vivo num concelho socialista por tradição e por largas maiorias!
Dadas as circunstâncias, considero que a atenção do eleitor à política local, não acaba no dia a seguir às eleições. Que não se pense que a partir daqui, a oposição, passa a ser obrigação única dos partidos derrotados. Mais do que ninguém, o eleitor que votou nos vencedores tem a obrigação de vigiar se a abrangência do seu voto contribuiu para a melhoria das condições de vida e no desenvolvimento da sua região. Obrigar-se a avaliar durante o mandato, se desse mesmo voto, resultou a evolução política por si esperada, no cumprimento dos temas apresentados no Programa Eleitoral. Recordar-se das promessas feitas em campanha e ponderar se algumas delas eram ou não falaciosas, ou milagrosas, apenas para conquistar o seu voto no dia. Avaliar se cumprem até as mais fáceis e viáveis.
Porque quando “a promessa é grande, o Santo desconfia” ou deveria desconfiar. Não se pode negar que há casos em que o eleitor também tem culpa da regressão do concelho, conjuntamente com a fraca prestação do Executivo em políticas de fixação de pessoas, gestão do património, acessibilidades, saúde, educação ou criação de emprego, entre outras. Por consequência, mais do que a oposição política feita pelos Vereadores e Deputados da oposição, considero (eu) serem tão responsáveis pelo fraco desenvolvimento das autarquias, não só os sucessivos Executivos Municipais, como igualmente, quem neles votou, por se abstrair e afastar da responsabilidade de exigir antes de tudo mais, o integral cumprimento da palavra dada na campanha eleitoral. Portanto, não se é vítima, mas sim cúmplice.
Segunda conclusão: – quem vota religiosamente num partido, é dele um Juiz e não um facilitador.
É uma questão de consciência. E porque a consciência é uma qualidade da mente, que abrange qualificações e capacidades de perceber a relação entre cada um de nós e tudo o que nos rodeia, é por isso que se diz: – cada um tem a sua!
De nada vos vale falar o típico “prometem, prometem, mas depois não fazem nada”, enquanto dançam ao som da charanga, ao mesmo tempo que arrecadam as canetas, sacolas, isqueiros e aventais que “eles” distribuem por aí, com rosas e panfletos, seja em feiras, festas, avenidas ou mercados, e mais os brindes que vão entregar aos lares, escolas, lojas ou empresas.
Há mais alternativas. Não se pode é continuar neste descompasso entre a promessa e a realidade.
Terceira conclusão: – quem nada faz para mudar, são efetivamente os eleitores. Tenha-se então, melhor noção do valor acrescentado do nosso voto…