Secretaria da Escola Secundária de Seia sem condições dignas de trabalho e atendimento
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Os funcionários da secretaria da Escola Secundária de Seia queixam-se das péssimas condições em que estão a trabalhar, devido às obras de requalificação em curso no estabelecimento de ensino.

Desde março, o serviço administrativo funciona em contentores provisórios instalados no recinto escolar, situação que, segundo os trabalhadores, está a pôr à prova a sua saúde e bem-estar.

Bastaram poucos minutos para perceber que as condições de trabalho na secretaria da escola estão longe do ideal. As funcionárias ali destacadas não dispõem do mínimo necessário para desempenhar as suas funções com dignidade e eficiência.

Durante a visita do Seia Digital, foi possível constatar que as sete trabalhadoras presentes exerciam as suas tarefas num espaço exíguo, improvisado num contentor, onde mal há espaço para circular. A falta de privacidade para tratar dos assuntos dos encarregados de educação e alunos é outro dos problemas evidentes.

Na última reunião de Câmara, o vereador Luís Caetano (PSD) chamou a atenção para as dificuldades enfrentadas pela comunidade escolar, nomeadamente para o facto de os alunos ficarem à chuva à espera de entrar no bar durante os intervalos de maior afluência. Embora muitos estudantes considerem que as salas de aula instaladas nos contentores oferecem melhores condições do que os antigos pavilhões agora em obras, o mesmo não se verifica no caso das funcionárias da secretaria.

Num único contentor, sete pessoas partilham o mesmo espaço de trabalho, obrigadas a mover-se com dificuldade entre secretárias e armários. O emaranhado de fios, cabos e pastas ocupa praticamente todos os cantos disponíveis, obrigando as trabalhadoras a contorcer-se – e, por vezes, até a “saltar por cima” de obstáculos – para desempenhar as suas funções.

Segundo relataram, há ainda situações em que, devido à instabilidade e trepidação do piso do contentor, dossiês escorregam dos armários e caem sobre as funcionárias, pondo em causa a segurança no local de trabalho.

Presidente da Câmara reconhece constrangimentos e agradece colaboração dos profissionais

Em resposta ao Seia Digital, o presidente da Câmara Municipal de Seia, Luciano Ribeiro, reconhece que, no contexto das obras de requalificação em curso na Escola Secundária, a distribuição do espaço disponível foi realizada “de forma a garantir, em primeiro lugar, as melhores condições possíveis para o desenvolvimento das atividades de ensino e aprendizagem dos alunos”.

Consequentemente, os espaços destinados aos serviços administrativos, aos assistentes operacionais e à direção do agrupamento “foram inevitavelmente os mais sacrificados nesta fase de transição”, refere o autarca.

Luciano Ribeiro manifesta o seu agradecimento a todos os profissionais que, “com dedicação e espírito de colaboração, têm sabido adaptar-se às atuais condições, ajustando métodos de trabalho e organização aos espaços provisórios existentes” – tanto nas instalações temporárias montadas no recinto da escola, como em áreas de apoio disponibilizadas noutras escolas do agrupamento e em armazéns do CACE.

O autarca sublinha que “em estreita e constante articulação” com a direção do Agrupamento de Escolas de Seia, a Câmara Municipal “tem acompanhado de perto a evolução da situação e procurado, de forma contínua, encontrar soluções que minimizem as dificuldades inerentes a processos desta natureza, certos de que o resultado final representará uma melhoria substancial das condições de ensino, trabalho e atendimento à comunidade educativa”.

“Até lá, teremos de aguentar de forma resiliente”, conclui o presidente da Câmara.

As obras de requalificação da Escola Secundária de Seia tiveram início em janeiro de 2025 e têm um prazo de execução de 22 meses, devendo estar concluídas no último trimestre de 2026. A empreitada, no valor de 6,657 milhões de euros, contempla a requalificação integral dos cinco edifícios da escola, do pavilhão gimnodesportivo e dos campos de jogos, bem como dos arranjos exteriores. O projeto visa dotar a escola de melhores condições de funcionalidade, eficiência energética, acessibilidade e segurança.

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