Victor Gama estreia espetáculo ‘tectonic.Tombwa’ na abertura do CineEco
O CineEco – Festival Internacional de Cinema Ambiental da Serra da Estrela arranca já esta sexta-feira, 10 de outubro, em Seia, para mais uma edição que alia cinema, arte, música e pensamento crítico em torno das questões ambientais.
A abertura oficial do festival é marcada por um conjunto de iniciativas que refletem o espírito inovador e multidisciplinar do evento, com destaque para o concerto multimédia “tectonic.Tombwa” do músico e investigador Victor Gama, seguido da exibição do documentário “Linha de Água”, de Rui Simões, que retrata o percurso do artista.
Antes disso, durante o dia, o CineEco promove o Mercado de Filmes, um espaço de networking e partilha entre realizadores, produtores e jovens estudantes das áreas do cinema e multimédia, envolvendo instituições como o Politécnico do Porto – ESMAD, a Universidade da Beira Interior e a Universidade Lusófona. Uma oportunidade única de cruzamento de experiências e ideias, com o objetivo de impulsionar novos projetos audiovisuais.
À noite, pelas 21:30h, o Cineteatro da Casa da Cultura de Seia recebe o espetáculo multimédia “tectonic.Tombwa”, uma criação onde Victor Gama explora a memória e o território através da música contemporânea e de instrumentos por si desenvolvidos. O espetáculo, que funde polirritmia africana, eletrónica e composição contemporânea, já foi apresentado em salas como o Carnegie Hall, em Nova Iorque, Estados Unidos da América, ou a Philharmonie Luxembourg, no Luxemburgo.
A obra de Victor Gama, que é também criador de instrumentos, está depois em foco no primeiro filme a exibir pelo CineEco. Em “Linha de água”, Rui Simões aborda o trabalho e o percurso do músico, num documentário que integra a secção competitiva de longas-metragens em língua portuguesa. A sessão vai contar com a presença do realizador Rui Simões, um dos nomes maiores do cinema documental português.
À meia-noite, o festival exibe ainda “Sirât”, de Oliver Laxe, filme premiado em Cannes e nomeado para os Óscares 2026 na categoria de Melhor Filme Internacional.
Este ano serão projetados 81 filmes de 31 países, uma seleção que a organização considera ser “um mosaico cinematográfico rico e diversificado sobre os desafios ambientais contemporâneos”.
Entre as longas-metragens estrangeiras escolhidas, está um conjunto de dez obras em estreia absoluta em Portugal, nas quais o fator humano é sempre determinante na investigação, observação ou vivência de uma dimensão da crise climática.
Já nas longas-metragens em língua portuguesa destaca-se a estreia nacional do documentário brasileiro “Tesouro Nattterer”, de Renato Barbieri.
Este ano, o CineEco inclui pela primeira vez uma nova categoria na competição para curtas-metragens de ficção, não ficção e animação, na qual concorrem 13 filmes de 12 países.
Há ainda uma secção competitiva panorama regional, dedicada a filmes com narrativas centradas no território e na Serra da Estrela.
Exposições e arte ambiental
Ao longo do festival, o CineEco propõe várias atividades culturais e educativas, reforçando o seu papel como espaço de diálogo intergeracional sobre questões ambientais.
A programação de sábado, 11 de outubro, marca o arranque das exposições patentes nas galerias da Casa Municipal da Cultura de Seia e no CISE – Centro de Interpretação da Serra da Estrela.
Entre elas destaca-se “O Espírito da Montanha: Somos o vento que assobia por entre as árvores”, uma reflexão poética que une as artes plásticas (pinturas, esculturas, instalações) ao cinema, com leituras e trabalhos de artistas portugueses e internacionais que exploram a montanha como ser vivo, símbolo e lugar de pertença como é a Serra da Estrela. Esta exposição da Associação de Arte e Imagem (AAIS) estará patente até 30 de novembro.
Também “Ciclo da Vida das Imagens”, de Jéssica Anastácio Jacinto, Francisca Mariz e Joana Alarcão propõe juntar arte, ciência e biomateriais numa abordagem experimental e sustentável. Videoarte é uma mostra que integra a seleção oficial do CineEco 2025 e que estará patente até ao final do evento. Já a exposição de cartazes “30 anos de CineEco” revisita três décadas de história do festival.
Ao longo do festival haverá ainda o compacto curtinhas para os mais pequenos, apresentação de livros, oficinas de cinema para todas as idades, workshops e sessões de cinema em debate e cinema clássico.
Espetáculo de encerramento
A Quorum Dance Company encerra o festival, a 18 de outubro, com a apresentação de “Storm”, um espetáculo de dança com música original do maestro e compositor Armando Mota. Com coreografia de Daniel Cardoso, o bailado alerta para o aquecimento global e a subida do nível do mar, focando-se no que pode ser o futuro das ilhas da Culatra e Armona, no Algarve.
O CineEco é o único festival de cinema ambiental em Portugal e um dos mais antigos do mundo dedicados à temática. Realiza-se ininterruptamente desde 1995, por iniciativa do Município de Seia, e mantém-se como uma referência europeia no cinema ambiental.
O programa completo do festival pode ser consultado em: www.cineeco.pt/2025-programa
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