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A Câmara Municipal de Seia está disponível para promover a realização de uma reunião geral com a comunidade educativa da Escola Secundária para explicar o processo de requalificação do estabelecimento de ensino. Objetivo é eliminar constrangimentos e garantir execução da obra que é reivindicada há mais de 25 anos.

As obras de requalificação da Escola Secundária de Seia já tiveram início, embora os alunos ainda continuem nas salas de aula. Para já, apenas foi desocupado parte do edifício que albergava a secretaria, a direção e a sala de professores, cujo bloco já começou a ser intervencionado.

Também os contentores monobloco já começaram a ser instalados, iniciando-se a transferência das salas de aulas assim que esteja tudo operacional, prevendo-se que seja na interrupção letiva do Carnaval.

O presidente da Câmara de Seia, Luciano Ribeiro, que esteve reunido com a direção da escola no final de dezembro, reconheceu na última reunião do executivo municipal que o processo “é difícil” e que vai haver transtorno.

Para o autarca, que tem “tentado a melhor relação possível” com a direção da escola, “temos que ter a noção que numa situação provisória e em obras, é impossível estarmos todos bem”.

A obra avançará por fases e por isso “temos que começar por algum lado e isso vai incomodar alguém”, referiu Luciano Ribeiro, que dá vários exemplos de incómodos sinalizados na reunião: os professores de Educação Física não querem que se mexa primeiro no pavilhão; os de Mecânica não querem retirar os projetos de vários anos de história dos alunos; os de Química temem que o desmantelamento dos laboratórios prejudique as atividades letivas; e ainda há professores que temem que as salas de aulas provisórias não tenham retroprojetor ou quadro interativo.

“Se andarmos atrás disto tudo, nunca conseguimos. Se estivermos à espera que estejamos todos contentes ao mesmo tempo, é impossível, não arrancamos”, alerta.

Foi perante estas “dificuldades internas” que o autarca se deslocou à escola para ajudar a “limar” procedimentos, referindo que o encontro “foi fundamental para que [a mudança] possa correr bem” e com a “maior paz possível”.

De acordo com Luciano Ribeiro, qualquer obra causa transtorno e na Escola Secundária não vai ser diferente, mas “ou queremos que isto aconteça ou não queremos”, questiona.

Presidente da Câmara oferece-se para “dar a cara” e explicar processo de obras

Recorda que Seia já reclama por obras na Secundária “há 25 anos”, com diferentes processos e candidaturas chumbadas, e se agora “deixarmos passar” o Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), “continuamos a discutir e a escola continua a cair”.

O presidente da autarquia reconhece que se os contentores para as salas de aulas “já estivessem montados”, os transtornos iniciais da obra “eram muito mais fácil” de ultrapassar.

Luciano Ribeiro anunciou ainda que transmitiu à direção da escola que está disponível para reunir com os pais, com os alunos, com os professores e com os técnicos e auxiliares. A proposta do autarca passa por se encontrar com os representantes setor a setor, da comunidade educativa, ou mesmo com toda a gente ao mesmo tempo, e assim “explicar as dificuldades e os caminhos a seguir”. “Eu dou a cara”, sublinhou.

Luís Caetano pediu ao autarca uma “melhor comunicação” entre as partes. O vereador do PSD, que é professor na Escola Secundária e diretor de instalações, tinha lamentado que no período das férias de Natal foram retiradas tabelas desportivas e que questionada a direção “nada soube responder”.

Intervenção dura 22 meses e custa 6,657 milhões de euros

As obras de requalificação da Escola Secundária de Seia foram adjudicadas pelo montante total de 6,657 milhões de euros. O financiamento é do PRR e resulta do contrato assinado entre a autarquia e a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro (CCDR Centro).

A empreitada, que tem um prazo de execução de 22 meses, contempla a requalificação de todos os quatro blocos de salas existentes, pavilhão gimnodesportivo e polivalente e arranjos exteriores, com o foco em dotar a escola com melhores funcionalidades e espaços de circulação, incluindo todas as infraestruturas, a melhoria do desempenho energético, da acessibilidade e segurança.

Novo acesso às salas de aulas

Refira-se que a Câmara Municipal está a construir um novo acesso, pelo exterior, ao campo de jogos, onde estão a ser instalados os módulos pré-fabricados. O arruamento, em frente ao quartel da GNR, vai ser alcatroado, dotado de iluminação e passeios, que se prolongarão até à paragem dos autocarros.

O objetivo é concentrar todas as estruturas da escola naquele local para que o empreiteiro “entre em força” na requalificação dos edifícios da Secundária.