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A Câmara Municipal de Seia vai dar início à abertura do procedimento de classificação da fachada do edifício da antiga FISEL, como Património de Interesse Municipal “pelo seu valor intrínseco histórico”.

O anúncio foi feito esta segunda-feira por Luciano Ribeiro durante a sessão da Assembleia Municipal.

A venda dos edifícios da antiga empresa têxtil de Seia, pelo valor de 2,736 milhões, foi o motivo que levou Paulo Pina, presidente da União das Freguesias de Seia, São Romão e Lapa dos Dinheiros, a questionar se a Câmara Municipal já analisou o assunto e “qual a estratégia a adotar para que possamos garantir que aquele espaço terá um futuro digno da sua história, da localização privilegiada para o desenvolvimento de um projeto estruturante e diferenciador para a cidade e para o nosso concelho”.

Segundo Luciano Ribeiro, o futuro daquela área, “não só pelo seu valor intrínseco histórico”, será “o que a cidade decidir”, avisando, desde já, que a reconversão do espaço “não ficará nas mãos de qualquer um” sem o projeto ser amplamente discutido na Câmara e na Assembleia Municipal.

Para começar, o autarca promete classificar a fachada como Património de Interesse Municipal e repor o lettring a dizer FISEL. “A Câmara Municipal acha que a fachada principal, e até os muros, devem ficar como estão, classificá-los como património para manter a homenagem justa à história da cidade e do concelho”, disse aos membros da Assembleia Municipal.

Quanto à restante área, Luciano Ribeiro afirma que “terá que ser feito um plano de pormenor”, seja por iniciativa municipal ou de privados e submetê-lo a debate público.

O presidente da Câmara Municipal aproveitou para referir que reuniu com a entidade vendedora e fez a sua oferta, “significativamente abaixo do valor pedido”. Não sabe onde possa ir buscar o dinheiro, “mas se a Câmara tiver a oportunidade de comprar os edifícios a bom preço vai comprar e a seguir haveremos de encontrar solução”, promete.

Com uma área bruta de 30.178,54 metros quadrados, a instalação industrial está localizada no centro da cidade de Seia, uma “localização privilegiada” que segundo os vendedores está “classificada no PDM como solo urbano, adequado para habitação coletiva, edifícios comerciais, de serviços ou de uso misto”.