Colóquio debate Seia no Início do Século XX: a visão de Avelino Cunhal

No próximo dia 3 de junho, entre as 14:00h e as 18:00h, vai decorrer o evento “Seia no início do Sec. XX: a visão de Avelino Cunhal”, uma iniciativa dos alunos das licenciaturas de Gestão Hoteleira, Turismo e Lazer e Restauração e Catering da Escola Superior de Turismo e Hotelaria do Instituto Politécnico da Guarda (ESTH | IPG), em parceria com o Centro Interpretativo de Seia e seu Centro Histórico da Santa Casa da Misericórdia de Seia.
O programa tem início com uma visita guiada ao Centro Interpretativo de Seia e seu Centro Histórico com percurso até à Igreja da Misericórdia.
A cerimónia de abertura do colóquio, marcada para as 15:30h, conta com a presença do diretor da Escola Superior de Turismo e Hotelaria, Alexandre Martins.
Os painéis abordam os seguintes assuntos: “Avelino Cunhal: apontamentos breves da vida e obra de um criador neorrealista”, por Anabela Sardo (ESTH | IPG); “A mitificação, a alta e a baixa cozinha – a invenção de uma cozinha regional, revisitando Barthes, Goody e Avelino Cunhal”, por Óscar Cabral (Doutorando em Ciências Gastronómicas); “A especialidade da terra´. O manjar branco de Seia entre a Ficção e os Factos”, por João Gomes (ESEC | IPC); “Música em momentos revolucionários – Desconstrução social da identidade musical de Seia”, por Raúl Ramos (Ciências Musicais | UNL). A moderação estará a cargo de Rita Saraiva (Centro Interpretativo de Seia e seu Centro Histórico).
Após a cerimónia de encerramento, terá lugar uma Degustação do Manjar Branco harmonizado com vinho no espaço exterior da Igreja da Misericórdia, orientada pela professora Cristina Rodrigues e alunos da licenciatura Restauração e Catering da ESTH | IPG.
Avelino Henriques da Costa Cunhal nasceu em Seia, a 28 de outubro de 1887, e faleceu em Lisboa, a 19 de fevereiro de 1966.
Pai de Álvaro Cunhal, antigo líder do PCP, Avelino Cunhal formou-se em Direito e foi Administrador do Concelho de Seia (1917) e Governador Civil do Distrito da Guarda (1922).
Em 1924 foi para Lisboa, onde exerceu advocacia, destacando-se como advogado nos tribunais fascistas na defesa de inúmeros presos políticos, acusados pela ditadura de crimes de subversão contra o regime.
Avelino Cunhal foi também colaborador das revistas Vértice, Seara Nova e O Diabo e dramaturgo, tendo escrito várias peças neorrealistas, sob o pseudónimo de Pedro Serôdio.
O artista e escritor senense é autor do livro ‘Senalonga’, com ilustrações de Miguel Flávio, que conta pequenas histórias de uma vila em 1900, editado em 1965, romance de estilo satírico, merece atenta análise pelo novo que essa escrita imprime na desmontagem de uma realidade rural, que era tudo menos plácida e ingénua.