Fábrica fecha e despede 190 trabalhadores
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A empresa de confeções IRSIL, fundada há 60 anos em Oliveira do Hospital, vai pedir a insolvência e despedir cerca de 190 trabalhadores.

A decisão foi comunicada, na semana passada, pela administração numa mensagem enviada aos trabalhadores.

No e-mail a que a Centro TV teve acesso, o empresário Carlos Silva – filho de um dos fundadores – refere que “depois de ter esgotado todas as possibilidades de conseguir encomendas que pudessem sustentar a laboração nos próximos dois meses, lamentavelmente não foi possível”.

O empresário acrescenta que levou “as negociações até ao limite do que era razoável” para manter a empresa a laborar, “mas infelizmente não foi possível”.

A mensagem refere ainda que, analisando as perspetivas do mercado no futuro próximo e tendo em conta as condições financeiras, a empresa não vê possibilidades de continuidade, tomando desta forma “a decisão mais difícil dos seus 60 anos, que é apresentar-se à insolvência”.

À Lusa, a presidente do Sindicato dos Trabalhadores Têxteis, Lanifícios e Vestuário do Centro, Fátima Carvalho, lembrou que os problemas na IRSIL eram visíveis há cerca de um ano, devido à “ausência de encomendas e de fundo maneio”.

“Encontravam-se em lay-off desde finais de fevereiro, com os trabalhadores em casa. Na terça-feira a administração da fábrica mandou mensagem aos trabalhadores a dizer que se ia entregar à insolvência e que não tinha condições para continuar”.

Segundo a sindicalista, perdem o posto de trabalho quase 190 trabalhadores, maioritariamente mulheres, “algumas já com idade avançada”.

“São velhas demais para arranjar novo emprego, mas novas demais para se reformarem. É muito mau para o concelho, numa zona maioritariamente têxtil: é a empresa mais antiga, com cerca de 60 anos e é muito mau para ser verdade”, indicou.

Quem também está preocupado com a situação é o presidente da Câmara Municipal de Oliveira do Hospital. José Francisco Rolo refere que o fecho da empresa “é um drama social para o qual a Câmara está de portas abertas para ajudar a encontrar soluções. Este é um desfecho que lamentamos, depois de todo o acompanhamento e empenho que tivemos no último ano, colocando-nos do lado da solução, para que a empresa tivesse continuidade”, alegou.

Em declarações à Lusa, o autarca acrescentou que “esta é uma empresa histórica, de um setor predominante do concelho que é o das confeções e que atravessa grandes dificuldades. Solidarizamo-nos com os seus trabalhadores neste momento difícil das suas vidas e com quem já tive a oportunidade de reunir”.

De acordo com José Francisco Rolo, este é um setor para o qual vêm olhando com grande preocupação, que se vem agravando, e para o qual esperam que o novo governo olhe com especial atenção. “Nos próximos dias vamos enviar uma missiva ao novo governo a sensibilizar para as vulnerabilidades do setor dos têxteis e confeções”, avançou.

📸 CentroTV

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