Seia precisa de 20 milhões de euros e de 25 anos para requalificar vias municipais

Autarquia só tem capacidade orçamental para intervir em uma ou duas vias por ano. Ritmo de execução vai demorar 25 anos a abranger todo o concelho.
A Câmara Municipal de Seia precisa de 20 milhões de euros para intervir em todas as vias municipais do concelho.
O anúncio foi feito por Luciano Ribeiro, presidente da autarquia, durante a última reunião de Câmara.
Na sequência de uma questão feita pelo vereador do Movimento JPNT, Rodrigo Amaro, sobre que tipo de intervenção está prevista para a Estrada Municipal que liga Santa Eulália ao Casal de Travancinha e limite do concelho de Oliveira do Hospital, o autarca referiu que o projeto de execução para a requalificação total, que inclui refazer algumas das curvas, “está pronto” há mais de um ano, mas “falta o melhor, que são 550 mil euros”.
O presidente da Câmara Municipal salientou que esta via é mais uma do rol de estradas que necessita de intervenção. “Precisávamos de 20 milhões”, disse.
Luciano Ribeiro admite que as intervenções estão demoradas e ao ritmo que estão a ser executadas, “quando acabarmos de dar a volta, já a primeira que arranjámos está velha outra vez”.
Para acelerar o ritmo, o autarca sublinhou que a Câmara “está a fazer alguns estudos” e “algumas abordagens” para tentar enquadrar as requalificações “num caminho diferente”.
“O correto seria através de algum mecanismo intermunicipal mas nem todos [os autarcas] percebem o mérito dessa vantagem. O percurso é a criação dentro da nossa Comunidade Intermunicipal de uma infraestrutura em que poderíamos delegar as competências relacionadas com as vias municipais e essa entidade, financiada pelos municípios com verbas do IUC, do IMI, criava um modelo que permitisse acelerar os investimentos”, salienta.
Luciano Ribeiro antevê que se as intervenções forem executadas por meios próprios, “podem ser executados 500 mil euros por ano”. Recorrendo-se à capacidade de endividamento, “conseguimos fazer um milhão por ano”, referiu. “Portanto, daqui a 25 anos estão todas feitas”, admite.
Com vontade de intervir em todas as vias, “e quanto mais rápido melhor”, Luciano Ribeiro aposta noutros modelos de intervenção, “mesmo não sendo baratos” e desde que “haja consenso”. Para isso, propõe que se defina um calendário e “em cinco anos ter 90 por cento” das vias intervencionadas.
No entanto, ao ritmo que está estabelecido, a Câmara Municipal compromete-se a terminar a intervenção na Rua de Santa Antonina (entre a central de camionagem e a zona industrial de Seia), o acesso de Vodra à ex-Vodratex e a Rua de Santa Luzia, em Pinhanços. Depois, segue-se a Avenida 1º de Maio em São Romão, a estrada Pinhanços-Santa Marinha e Lapa de Tourais (N231) – Lajes.
“Assim, devagarinho, daqui a 25 anos estão todas compostas, ou pode-se fazer um plano e daqui a cinco anos aparecerem todas em condições para poderem ser usadas boas durante 20 ou 30 anos”.
Luciano Ribeiro está disponível a discutir outros cenários, desafiando a oposição a apresentar “uma solução melhor”.