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O Partido Socialista apresentou este fim-de-semana, em Seia, a recandidatura de Luciano Ribeiro à presidência da Câmara Municipal. Numa cerimónia marcada por um discurso carregado de balanço, ambição e combate político, e que contou com a presença do secretário-geral do PS, José Luís Carneiro, o atual presidente da autarquia assumiu a continuidade como estratégia, mas frisou que esta candidatura “tem mais trabalho feito, mais experiência e mais ambição para o futuro”.

“Apresento-me hoje como recandidato à presidência da Câmara Municipal de Seia com a mesma energia de sempre, mas com mais experiência, mais trabalho feito e mais ambição para o futuro”, declarou Luciano Ribeiro, arrancando aplausos da plateia.

No seu discurso, o autarca destacou o trabalho desenvolvido ao longo dos últimos quatro anos, sublinhando os desafios enfrentados durante o mandato, nomeadamente a pandemia da Covid-19, os incêndios florestais e a instabilidade política nacional. “Em quatro anos, tivemos quatro governos. Mas mesmo nos momentos mais duros, nunca nos desviámos do essencial: as pessoas”, afirmou.

Entre os principais marcos do seu mandato, o atual presidente da Câmara de Seia destacou a redução da carga fiscal, “com o IMI mais baixo de sempre e a devolução de 50% do IRS às famílias”, a aposta na educação e no setor social, a construção do novo Centro de Saúde e os investimentos no Hospital Nossa Senhora da Assunção. Sublinhou ainda o papel da autarquia na manutenção das urgências hospitalares, garantindo: “Sim, é o município que ajuda a financiar a colocação de médicos para que as urgências permaneçam abertas”.

Na área da habitação, não poupou críticas ao atraso do IHRU – Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana na autorização de 30 apartamentos para arrendamento acessível.

Realçando o “equilíbrio entre rigor financeiro e investimento público”, o autarca apontou a modernização da rede viária e transportes urbanos. “Só os distraídos é que não veem o alcatrão que foi posto durante quatro anos e não apenas nestes dias”, afirmou, num recado direto à oposição.

E não foi o único recado dirigido aos adversários: “Não há tempo para experimentalismos. Não partimos do zero. Temos obra feita, temos equipa e temos o futuro preparado”.

Luciano Ribeiro sublinhou, nesse sentido, o foco no desenvolvimento económico, com projetos em curso para a expansão da área empresarial da Vila Chã, a requalificação do Aeródromo Municipal, da antiga sede do União Desportiva de Seia e a recuperação de imóveis devolutos pelas freguesias, estabelecendo parcerias com privados.

Num dos momentos mais fortes da intervenção, o autarca exigiu ao Governo central um compromisso real com o interior. “Não pedimos favores. Exigimos equidade. Seia tem feito a sua parte. Agora, é o Estado que tem que estar à altura”.

Entre as exigências, Luciano Ribeiro salienta que o Governo, “seja ele qual for”, tem que assumir com Seia a requalificação da Estrada Nacional 17, a execução do troço do IC6 até Folhadosa, o lançamento e a concretização do IC37, “que é essencial para ligarmos Seia à ferrovia e aos portos marítimos da região”. Outro dos compromissos que o autarca quer ver assumidos é o reforço de médicos e de valências hospitalares, e ainda uma “verdadeira discriminação positiva” para os territórios do interior, que ajude a promover o investimento e a fixação de pessoas.

Luciano Ribeiro encerrou a sua intervenção com um apelo à mobilização e à continuidade do projeto socialista em Seia. “Mais do que ganhar umas eleições, queremos continuar a ganhar pelo concelho. Porque podem confiar que continuaremos aqui, sempre convosco”, prometeu.

“Temos um autarca exemplar, afirmou José Luís Carneiro

A apoiar a recandidatura esteve o secretário-geral do PS, José Luís Carneiro, que teceu rasgados elogios à liderança de Luciano Ribeiro, classificando-o como “um autarca exemplar”, colocando a ação da Câmara de Seia como “referência” de governação socialista nos territórios de baixa densidade. “Luciano Ribeiro é alguém que nos inspira confiança, que está rodeado de equipas de grande qualidade”, salientou.

O líder do PS defendeu a necessidade de implementar contratos territoriais de desenvolvimento para zonas do interior, propondo um modelo articulado entre investimento público, formação, descentralização de serviços e uma política fiscal diferenciada. “Não podemos continuar a ter dois terços do território nacional sem utilização económica e sem contribuir mais para o desenvolvimento da nossa economia”.

No seu discurso, apontou baterias ao atual Governo, criticando o que considerou ser um “sinal de insensibilidade” durante os incêndios de verão e alertando para o retrocesso nas reformas estruturais que estavam em curso no anterior executivo: propriedade rústica, proteção civil, financiamento dos bombeiros, entre outros. “Sentimos que têm falhado em todos os domínios”, lamentou.

Ensino Superior “não vai morrer” em Seia

No final da cerimónia de apresentação da sua recandidatura, Luciano Ribeiro referiu aos jornalistas que o dia foi de dar a cara e corpo ao projeto. “Estamos aqui com uma equipa renovada, gente nova e gente da casa, que quer continuar a resolver problemas que andavam pendurados há anos”, disse.

Entre os dossiês que Luciano Ribeiro destaca como “vitórias já alcançadas” estão obras e projetos de saúde, educação, habitação e segurança. Mas o autarca garante que o próximo mandato será tudo menos descanso. “Temos projetos prontos para arrancar logo no início do mandato. Não são ideias no papel, são candidaturas feitas, concursos a lançar”.

Sobre o Ensino Superior em Seia, foi claro: a Escola Superior de Turismo e Hotelaria “não vai morrer”. Aliás, promete trabalhar com o Instituto Politécnico da Guarda para reconfigurar cursos, trazer novas áreas de formação e manter viva a oferta superior no concelho. “O importante é que Seia continue a ter Ensino Superior. E nós estamos aqui para garantir isso”.

No fim, deixou o compromisso que tem vindo a repetir: “Temos obra feita, mas ainda há muito por fazer. Vamos continuar a trabalhar com seriedade, com energia e com ambição. As pessoas podem confiar”.