“Por Serras Dignas”: movimentos juntam-se na Torre em defesa das comunidades serranas
 
				Manifesto será lido num encontro apartidário marcado para domingo, após os incêndios devastadores na Estrela, Gardunha e Açor.
Cidadãos e representantes de várias organizações vão subir até à Torre, na Serra da Estrela, no próximo dia 21 de setembro, às 11:00h, para um momento simbólico de encontro e partilha, em resposta à destruição provocada pelos sucessivos incêndios florestais nas serras da Estrela, da Gardunha e do Açor, que deixaram marcas profundas como cinzas, destruição e um forte sentimento de abandono.
Sob o mote “Por Serras Dignas”, a iniciativa, de carácter apartidário, é promovida por um coletivo de associações e movimentos locais e regionais que, em conjunto, apelam à ação urgente por parte do poder político e à mobilização da sociedade civil para proteger o território e revitalizar as comunidades serranas.
“As chamas que repetidamente têm consumido as nossas serras não são apenas desastres naturais inevitáveis; são o sintoma gritante de décadas de abandono, de más decisões políticas e de promessas que nunca saíram do papel”, lê-se no manifesto que será lido publicamente durante o encontro.
A ação pretende ser um momento de catarse coletiva, mas também um ponto de partida para um movimento contínuo, assente na cooperação entre organizações locais e na valorização das comunidades que vivem e cuidam destas paisagens.
O manifesto, que recorda verões de fogo como os de 2017, 2022 e 2025 e que provocaram cicatrizes profundas tanto na paisagem como na vida das populações, apresenta um conjunto de exigências claras às autoridades locais, regionais e nacionais, incluindo a prevenção ativa e contínua dos incêndios florestais, com equipas de sapadores profissionais e meios permanentes. A revisão urgente do modelo florestal, promovendo a reflorestação com espécies autóctones e resilientes ao fogo; a valorização da economia e cultura local, com criação de empregos dignos ligados à conservação da natureza, agricultura sustentável e ordenamento do território, são mais algumas das ações concretas e imediatas exigidas ao poder central, regional e autárquico. Acrescem ainda às exigências as melhorias no dispositivo de combate aos incêndios, incluindo reforço dos bombeiros, descentralização dos meios e profissionalização das equipas; e transparência e participação democrática, exigindo uma gestão próxima, com maior poder de decisão para as comunidades locais.
Entre as organizações que promovem e apoiam o encontro estão: Ação Floresta Viva, Caminheiros da Gardunha, Casa das Palmeiras, CISMA, CooLabora, Cova da Beira Converge, Covilhã e Marchar, Ecoativo, Instinto, Movimento Bravo Mundo, PRIP, Quercus da Guarda, Sempre Ligados, União dos Sindicatos de Castelo Branco e Veredas da Estrela.
A iniciativa está aberta a todas as pessoas que se queiram juntar, de forma pacífica e construtiva, à defesa das serras e das comunidades que nelas vivem.

