Transumância da Serra da Estrela recebe distinção nacional como Património Cultural Imaterial
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Placa comemorativa foi entregue esta sexta-feira, no Palácio Nacional da Ajuda, no Dia Internacional do Património Cultural Imaterial.

A Transumância da Serra da Estrela foi oficialmente reconhecida como Património Cultural Imaterial, numa cerimónia simbólica realizada esta sexta-feira, 17 de outubro, no Palácio Nacional da Ajuda, em Lisboa, no âmbito das comemorações do Dia Internacional do Património Cultural Imaterial.

A Comunidade Intermunicipal da Região Beiras e Serra da Estrela (CIMRBSE) esteve representada pelo secretário executivo, António Miraldes, que participou na entrega das placas comemorativas às manifestações culturais recentemente inscritas no Inventário Nacional do Património Cultural Imaterial (INPCI).

Entre as tradições distinguidas está a prática ancestral da transumância, ainda viva em vários territórios da Serra da Estrela, particularmente nos concelhos de Seia, Gouveia, Fundão e Castro Daire, que mantêm viva a tradição da subida e descida dos rebanhos às pastagens de altitude.

“Hoje valorizamos a transumância como um reconhecimento ao trabalho, saberes e memória das comunidades pastoris do nosso território”, afirmou António Miraldes, destacando a importância de proteger esta prática enquanto elemento identitário das populações serranas.

A transumância consiste na migração sazonal de rebanhos e pastores, sobretudo de ovelhas, entre os vales de inverno e os pastos de montanha no verão, num sistema de mobilidade adaptado à geografia da Serra que moldou a paisagem, a cultura e o modo de vida local ao longo de séculos.

De acordo com a ficha de inventário aprovada pela Direção-Geral do Património Cultural, esta prática mantém-se ativa na metade centro-sul da Serra da Estrela e segue um ciclo anual que inclui quatro momentos-chave: as romarias, a subida, a permanência na serra e a descida.

A CIMRBSE destaca que Seia é atualmente o principal centro da transumância comunitária em Portugal, com cerca de sete grupos ativos, envolvendo mais de 20 pastores e quase 4 mil animais. Em Gouveia existem dois grupos transumantes, na Covilhã três, e em Manteigas resiste ainda uma família com prática de transumância de inverno.

“Obrigado a todos quantos preservam este modo de vida e esta tradição”, concluiu António Miraldes, dirigindo uma palavra de reconhecimento às comunidades e pastores que mantêm viva esta herança cultural.

📸 CIM Região Beiras e Serra da Estrela

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